segunda-feira, 14 de abril de 2014

O ser nada

Este fardo transformado em fato, descrito em palavras eu destino a mim. Um fato contumaz ante toda a realidade que vivo dentro de mim.Quem pode entender o que se passa aqui? Quem pode compreender com a clareza da luz o que se passa aqui? Eu, em minha ferrenha labuta por silêncio, um segundo de silêncio seria como um oceano de paz, não compreendo ao todo tudo isso. Você, que escreve, entende? Ao que lê é óbvio. Na realidade, não é pra ter sentido algum mesmo. Quero confundir como confundo-me. Jogar palavras fora, é tudo o que eu quero. Abrir o breu dos sentidos e derramar sobre o chão seco do assoalho isso aqui, cada letra, cada palavra desordenadamente, muitas sem o porque de se estarem ali. Quem sabe dessa forma no assoalho comece a brotar algum tipo de flor, flores, espero que sejam elas todas de plástico, porque como já se dizem por ai, flores de plásticos não morrem, mas se por obséquio do poeta, eu possa ter essa licença também, de fazer o que eu quiser com o lírico que não se tem nada de eu. Ou quem sabe um eu que não tem lírico nenhum. Lírico. Elevação dos sentimentos. Quais? Onde? Por onde andam eles? Ah! Sim, de fato não me recordo bem, de nada me recordo bem. Só quero dar-me o desprazer de me interpolar o que é e o que não é. Isso aqui precisa ir pra fora, de um jeito ou de outro, precisa sair pra dar uma volta e nunca mais voltar da mesma forma. O que dirá os olhos que se encontram com o que digo? O que pensará sua mente diante de tanta bobagem? Espero que a mesma que se passa na dos dedos que escrevem, a incompreensão do compreendível, é só dar uns passos pra trás, ninguém enxerga bem olhando muito de perto, digo, e tento faze-lo. Porém no espaço em que fica entre o incompreendível e o paço vacilante, não há progresso e esse buraco em segundos se ocupa com todo o resto. O resto que na verdade é tudo. Eu rio de mim, rio tanto, com tanta força que me dói na alma. Quem penso que sou pra escrever assim? Nem poeta, nem escritor, nem compositor, nem estudado, nem conhecido, nem nada. Talvez um nada, com a natureza de ser nada, tentando mudar sua própria natureza através de um fútil texto cheio de palavras desordenadas. Um nada pedindo a licença a um poeta. Pior, um nada almejando, por, quem sabe, alguma loucura dos cosmos, se transformar em um poeta. Ser ou não ser, não existe essa questão, porque ela já é respondida. Não ser.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Entro nesse jogo.


Entro nesse jogo, como quem não quer nada, me enlaço nesse embalo pra ver onde é que vai dar. A arte da escrita pode não ser apreciada por não ser compreendida ou pior, por não ser "profissional", mas isso a torna menos bela? Um dia ouvi dizer que o escritor tem licença para usar e abusar da sua escrita, sem interessar o que pensarão os pensadores ou como criticarão os críticos. Isso tudo se resume aos pensamentos que se formulam e se aglomeram na mente, tive de aprender a coloca-los em algum lugar antes que explodissem, antes que me consumissem. Por isso, escrevo para ninguém, quem sabe, além de mim, pois isso tudo aqui sou eu. Esse eu indesvendável.  

Não precisaríamos de apresentações, provavelmente nossos pensamentos já se esbarraram em algum lugar do universo paralelo que nos cerca, provavelmente você se identifique com muita coisa, mais provavelmente ainda, você não entenda nada. Muitas as probabilidades, mas quem liga pra probabilidades quando só se quer cair de braços abertos em algum lugar macio? É assim que sinto-me ao dizer o que penso, um silêncio surge ao término do último ponto final. Ah, que gratidão tenho a Deus pelo escrever, pois mesmo quando o que se escreve não é bom, ao menos já não está mais na sua mente, foi-se e voou como um passarinho enlouquecido para sair do ninho. 
Essa é a nossa apresentação. Aqui não tem fórmulas, meios, costumes, não temos por aqui placas e nem nomenclaturas, só se tem o que vier na mente, do jeito que tiver que ser, por alguém que nada mais e nada menos, só quer escrever por puro e simples prazer.